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Cidade de SP deve manter média anual de mais de 700 novos condomínios pelo 4º ano seguido em 2025

Prédios em construção em São Paulo. Foto tirada em 27 de junho de 2023. Luiz Franco/g1 A cidade de São Paulo deve encerrar 2025 com a construção de 708 ...

Cidade de SP deve manter média anual de mais de 700 novos condomínios pelo 4º ano seguido em 2025
Cidade de SP deve manter média anual de mais de 700 novos condomínios pelo 4º ano seguido em 2025 (Foto: Reprodução)

Prédios em construção em São Paulo. Foto tirada em 27 de junho de 2023. Luiz Franco/g1 A cidade de São Paulo deve encerrar 2025 com a construção de 708 novos condomínios, segundo uma projeção feita pela plataforma Data Lello, que mapeia o mercado de implantação de prédios na capital. O número mantém o município acima da marca de 700 novos empreendimentos por ano pelo quarto ano consecutivo (veja dados anuais abaixo). De acordo com o levantamento, 268 novos condomínios foram abertos até junho, e outros 440 devem ser implantados até o fim do ano, totalizando a estimativa anual. A expansão representa a criação de cerca de 4,2 mil empregos diretos e um incremento mensal estimado em R$ 57 milhões em cotas condominiais. Atualmente, a cidade possui cerca de 32 mil empreendimentos, segundo o Mapa dos Condomínios divulgado pelo Data Lello no primeiro trimestre deste ano. O levantamento mostra ainda que o morador paulistano gasta, em média, R$ 983 por mês com condomínio (R$ 11.796 por ano). Em 2022, o valor médio era de R$ 832, o que representa um aumento de 18% no período de dois anos. Como é a vida em um megacondomínio na cidade de SP Perfil dos novos empreendimentos Os dados apontam que os lançamentos de 2025 abrangem tanto empreendimentos populares quanto unidades de alto padrão. Cerca de 21% dos novos condomínios integram o programa Minha Casa, Minha Vida, enquanto 13% se enquadram na categoria de luxo e superluxo: Compacto: 24,5% Minha Casa, Minha Vida: 21,04% Médio Baixo: 28,57% Médio: 6,80% Alto: 5,91% Luxo: 6,61% Superluxo: 6,58% A Zona Leste é a região que deve fechar o ano com o maior número de novos condomínios, com 29,1% de todas as entregas previstas, seguida de perto pela Zona Oeste, com 28,4%. A Zona Sul concentra 24,6% dos novos empreendimentos, enquanto a Zona Norte e a Região Central terão 12,7% e 5,2%, respectivamente. Para Angélica Arbex, diretora de marketing da Lello Condomínios, o avanço no número de empreendimentos reflete mais do que apenas o aumento na demanda por moradia. LEIA TAMBÉM Megacondomínios: a vida nos empreendimentos com milhares de unidades e mais gente do que a maioria das cidades no Brasil Cidade de SP ganhou mais de 400 mil apartamentos em 12 anos, aponta Censo Ela destacou os desafios que acompanham a expansão verticalizada da capital, especialmente em relação à integração urbana e à ocupação inteligente dos espaços: "por exemplo, encontrar a vocação de espaços com fachadas ativas, entender a nova paisagem urbana de bairros com verticalização acelerada e promover a conexão entre os condomínios, a rua e a cidade, criando espaços mais amigáveis e seguros para morar”. Entender que os empreendimentos imobiliários moldam a cidade, mas também são moldados por ela é parte fundamental do pensamento de quem atua à frente da gestão. Não há sinais de um arrefecimento na tendência de verticalização; tornar isso um presente para a cidade é foco central no nosso trabalho por aqui. Fachada ativa: mais de 60% dos comércios nos térreos dos prédios estão vazios em SP Evolução dos lançamentos 2019 : 472 2020 : 589 2021: 640 2022: 766 2023: 751 2024: 741 2025 (projeção): 708 O que explica a alta Fabiano de Marco, cofundador da incorporadora Idealiza Cidades, diz que a alta pode ser explicada pelo modo de funcionamento do mercado imobiliário, que "se movimenta lentamente e opera com ciclos longos". "O tempo de entrega de um condomínio pensado no 'boom' da pandemia, baixas taxas de juros e alterações no Plano Diretor se refletem com entregas 4 ou 5 anos depois. Isso explica esses números, frutos de decisões tomadas não tão recentemente", explicou. Em uma das fases mais agudas da pandemia de Covid, a taxa básica de juros no país atingiu o patamar de 2% ao ano, o mais baixo da história. Foi também durante a pandemia que a capital bateu outro recorde imobiliário, com a venda de 47 mil imóveis entre 2020 e 2021. Em 2023, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), sancionou o texto da revisão do Plano Diretor. O projeto manteve a possibilidade de verticalização no entorno do transporte público, com avanços aos chamados miolos dos bairros — ponto criticado por urbanistas. Para Angélica Arbex, coordenadora do estudo da Lello, o contexto é inédito na capital: "Nunca se viu um momento como este. Uma aposta da estabilidade da economia, na queda de juros e na força de São Paulo”, apontou. Críticas ao modelo de negócio Valter Caldana, doutor em urbanismo pela USP e professor da Universidade Mackenzie, critica o modelo de negócio do mercado imobiliário e afirma que a cidade pode sentir os efeitos negativos da verticalização a médio e longo prazo. "Os efeitos da pandemia na cidade represaram projetos pessoais e familiares. Temos um déficit habitacional muito grande em todos os níveis socioeconômicos, que é sensível aos menores estímulos. Mas há um fator importante, além destes: já se manifestou na revisão do Plano Diretor e do Zoneamento. Na velocidade e na voracidade", afirmou.

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